quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Relógio do Mappin - um especial fotográfico-aleatório


O Viaduto do Chá
sem condes
sem bondes
sem suicidas
apenas o relógio do Mappin
avisando
que tua hora está próxima
devedor.

Basilio Miranda 


Inaugurado em 1913, na rua XV de Novembro. Aqui vemos
o famoso templo do consumo (frequentado pelos barões
do café, diga-se) em foto dos anos 20, ainda sem o relógio.

1937 - relógio instalado, com algarismos romanos.

Já no novo prédio do Mappin, na Praça Ramos de Azevedo.
O relógio é o mesmo, tendo apenas sido modificado no 
tocante à disposição dos algarismos - saem os romanos,
entram os numéricos. Serviu como ponto de referência para
gerações, que marcavam encontros "no relógio do Mappin".


 O jornalista Frederico Branco (1927-2001) assim descreveu o chá da tarde no Mappin, no prédio da Praça Ramos de Azevedo, bem em frente ao Teatro Municipal:
“As mesas eram disputadas e ocupadas por senhoras que voltavam das compras das casas de modas da Barão de Itapetininga, Marconi e Arouche, devidamente enchapeladas, coloridas pelas saias verdes das estudantes da Álvares Penteado, animadas pelas normalistas da República, adornadas pelas alunas da Escola de Baile da Prefeitura, respeitabilizadas por distintas professoras comemorando aniversários de formatura, agitadas por crianças. O chá completo não enchia apenas os olhos, pois era servido com infindável acompanhamento de torradas, pãezinhos, bolos, geleias, doces, salgadinhos e sorvetes. O mesmo trio — piano, violoncelo e violino — que durante a hora do almoço se limitara a produzir suave música de fundo tocava mais alto para fazer-se ouvir, atendendo aos pedidos que choviam — valsas, marchinhas, temas de filmes em exibição na cidade —, intercalados com solicitados e insistentes ‘Parabéns a Você’. As crianças ganhavam balões coloridos, ninguém tinha pressa alguma, e o vozerio era de um aviário em ebulição, tantas eram as que falavam e tão poucas as que ouviam.
(Veja, no especial 25 anos da Vejinha - 2010)

E hoje? Embora não seja mais ponto de encontro de ninguém, continua 
sendo utilíssimo para os apressados paulistanos


DEC2010

DEC2010



Sim, é a engrenagem, rs.. dei meus pulos ;)




Vitaliano-who?


O Sr. Vitaliano José MIchelini era neto e filho de Imigrantes Italianos. Seu avô Vitaliano Michelini e seu pai José Michelini, ao chegarem ao Brasil, juntos abriram a empresa "Relógios Michelini" em 1909, que fabricava relógios para torres de Igrejas e fachadas de comércio.
A Relógios Michelini produziu mais de 1200 relógios que estão espalhados por todo o Brasil e alguns países da América Latina, entre os mais conhecidos estão, o da Estação da Luz e do antigo Mappin no centro da cidade de São Paulo, e como a maioria das empresas familiares da época, passou para o neto Sr. Vitaliano. Devido a grande qualidade dos relógios e a baixa necessidade de manutenção dos mesmos, fez com que a empresa encerrasse sua atividades no ano de 1969 e em seguida no mesmo ano o Sr. Vitaliano José Michelini junto com mais 3 sócios fundaram então a Metalúrgica Alado LTDA

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